Nem sempre é fácil conviver com o sucesso a nível desportivo, e não é só porque as taças ocupem muito espaço. Acontece que o sucesso de uns resulta inevitavelmente no insucesso de outros. E é por isso que um dos maiores inimigos do FC Porto, e de Pinto da Costa em particular, é precisamente o seu sucesso, reiterado. Ou mais precisamente, o insucesso que impõe aos outros, reiteradamente. Especialmente quando os outros são sete ou oito milhões de almas. Penadas, neste caso. Por outras palavras, se os outros não fossem tão mal sucedidos na gestão desportiva dos respectivos clubes, tal como o sucesso do FC Porto impõe que sejam, não teriam tanta necessidade de atacar os agora tricampeões nacionais, nem sentiriam a urgência de descredibilizar um negócio que, claramente, não dominam. Nesse sentido, a conquista do tricampeonato não deixa de ser uma notícia preocupante para o FC Porto. Afinal, ser campeão três vezes consecutivas significa prolongar por três temporadas o insucesso dos outros o que, numa lógica de progressão geométrica, implica o crescimento exponencial do descontentamento entre os adeptos dos clubes adversários e da necessidade de os respectivos dirigentes se desculparem. Por muito estafadas que estejam as desculpas. Em contrapartida, tal como diz Bosingwa aqui ao lado, desta vez o mérito do triunfo do FC Porto foi tão claro, que ninguém vai conseguir encontrar desculpas. O que não impede que tentem.
Por Jorge Maia em http://www.ojogo.pt/
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