À uns dias, estava em conversa com um amigo acerca das eleições para o PSD. Estávamos a discutir candidatos e o colega profere as seguintes palavras, "...o Alberto João é claro que rouba, mas vai-se a ver e fez muito pela Madeira...". Mais à frente, diz o seguinte "...eu se estivesse no poder, é claro que se pudesse ia metendo algum ao bolso, só não o faz quem é burro. Aliás, se os outros o fazem, porque não haveria eu de fazer?" Eu pergunto, será que a obra de Alberto João o desculpabiliza de tirar proveito próprio de forma ilícita? E ainda, se alguém se atirar abaixo da ponte, será que eu também me atiro? A resposta é mais do que óbvia e nem vale a pena clarificá-la.
No entanto, confesso que perante estas frases me sinto um pouco estúpido. Será que sou o único que pensa que a honestidade ainda leva a algum lado? Será retrógrado pensar e defender que a política serve, apenas e só, como forma de criar vantagens para os outros e nunca em proveito próprio?
Mas é por frases como aquelas, sintomáticas em relação ao estado da política em Portugal, que me levam, cada a vez mais a afirmar que, apesar de gostar de política, esse é um mundo para o qual não estou preparado e com o qual estou cada vez mais desiludido. De facto, sou daqueles que concorda com os que dizem que a política nunca deveria ser uma profissão, deveria sim, ser um hobbie acabando-se assim com o crescente vício pelo poder.
Passando para o tema do momento, algum dia Alberto João Jardim é um bom candidato para o PSD? Alberto João na presidência do PSD era a cereja no topo do bolo da descredibilização política e nacional do PSD. Já tivemos a via populista sem conteúdo de Santana e Menezes, e vemos agora o resultado disso. Contra mim falo pois apoiei estes dois senhores, mas existe maior virtude do que reconhecer que erramos? Aliás, nem percebo, como Santana, o político mais descredibilizado em Portugal, ainda consegue ser candidato à liderança do partido. Em minha opinião, ele é viciado em poder e não percebe nada do que é o marketing político. Deveria seguir o exemplo de Paulo Portas. Soube resguardar-se quando a conjuntura assim o exigiu e soube escolher (ou deram-lhe a informação) de que aquele seria o timing perfeito para regressar á vida política.
Em conclusão, queria apenas referir que o caso de Jardim e de Santana são apetrechados daquilo que eu acho que a vida política é e não deveria ser. Uma luta de lobos que tem apenas um objectivo, o poder em proveito próprio. Enfim, querem-se novos políticos.
1 comentário:
E pela primeira vez vejo-te a falar de política, mais concretamente sobre o PSD, de forma imparcial e verdadeiramente crítica.
Parabéns pelo texto :)***
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