Ora, estamos em 2008, ano em que comemoramos 10 anos de existência como Concelho e está portanto na altura de pensar no que foi feito até então, de modo a se projectarem metas, objectivos e estratégias para o futuro. É com este pensamento que olho para o básico do crescimento e desenvolvimento. Na minha opinião, o elemento mais basilar do desenvolvimento é sem dúvida a mobilidade das populações, dos produtos e afins. Senão vejamos, eu para fazer compras e conhecer os vários produtos/serviços que posso consumir tenho de me deslocar aos locais onde esses produtos estão disponíveis. Este é um princípio básico, isto é, estruturante do pensamento que aqui pretendo transcrever.
Ao referir a palavra deslocação, falo em movimentação de populações, que necessita de uma rede de infra-estruturas eficaz e eficiente, que permita às populações se movimentarem à vontade. É precisamente neste ponto que olho para a Trofa e observo que tudo falha neste capítulo. Senão vejamos.
A cadeia de transportes públicos que opera na Trofa é insuficiente, obrigando um qualquer cidadão da Gandra, por exemplo, a mover-se de carro, gastando para isso combustível, congestionando o centro da Trofa e poluindo tanto ao nível do ar como a nível sonoro. É claro que há autocarros, pensam vocês, mas estes apenas se apresentam de hora a hora, revelando-se portanto insuficientes. No entanto, penso que neste capítulo o mais importante é a crescente escalada do preço dos combustíveis, pelo que gastar combustível é preocupante tanto para a carteira dos utentes como para o ambiente. Penso mesmo que aqui haverá uma janela de oportunidade por parte da Câmara. Deixo a pergunta e o desafio, porque não aproveitar esta escalada de preços dos combustíveis para tirar carros da congestionada Rotunda do Catulo, investindo para tal numa rede de transportes públicos exclusivamente trofense?
Outro ponto de foco importantíssimo para esta mobilidade é mesmo o Metro do Porto. Prometido já vai para 10 anos, ainda não chegou à Trofa, fazendo da Estação da Trofa, como Jaime Toga afirmava à uns dias a "… bizarra e certamente candidata ao "prémio" da Estação com piores condições…". Em relação à Estação propriamente dita tenho apenas a dizer que existem várias formas de fazer a mesma coisa, neste caso, a Câmara escolheu a pior de todas. Voltando ao metro, bem sei que a culpa não é inteiramente da Câmara Municipal e até parece que tal já foi "resolvido". Mas o facto é este, 10 anos passaram e metro na Trofa não se viu nada, e é isso que as pessoas vão julgar nas próximas autárquicas.
Para último, deixo o mais importante de todos eles. As variantes rodoviárias. Eu gostava de acreditar que tal também já foi resolvido e que elas estão em marcha. Mas confesso que não se pode fechar mais os olhos à insuportabilidade do trânsito em horas de ponta na Rotunda do Catulo. Chega a ser desesperante, e o pior é que as alternativas estradas municipais são um autêntico teste a amortecedores. Aqui gostava de referir que, embora o paralelo seja mais barato, não é certamente a melhor forma de pavimento que se possa introduzir em vias que se querem alternativas, pelo menos quando faltam as variantes aos utentes que usam a Nacional 14 e Nacional 104 numa base diária de acesso aos seus locais de trabalho ou então para ligação, transporte e distribuição de mercadorias.
Depois de exposto os meus pontos de vista, penso deixar aqui uma ideia. A criação de um plano concelhio de mobilidade aliado, claro está, ao plano director municipal (que a sua inexistência é sem dúvida uma vergonha e uma falha "esquisita" dos dirigentes autárquicos da Trofa). Este plano concelhio de mobilidade, terá obrigatoriamente de ter uma projecção de longo prazo prevendo-se nele, desde logo, alternativas viáveis sempre que a primeira opção não for possível de executar.
Creio que este sim, poderá ser um investimento de futuro catalisador do desenvolvimento, crescimento e até no domínio da atractividade da Cidade e do Concelho da Trofa como local para se viver e se investir.